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Caverna “High-Tech”

Todos nós vivemos aprendizados, fazendo nossas próprias escolhas, certas ou erradas, mas mesmo as erradas são também certas, pois são úteis para conhecermos o que é certo. Pelos erros acertamos.


Esse “livre-arbítrio” nos fazem reféns de nossas próprias escolhas. O mundo nos estimula para sermos motivados.


Estímulos e motivações são diferentes. Estímulos resulta de ação externa, do meio ambiente, das relações; Motivação é condição interna, inerente ao próprio indivíduo. Ninguém tem a capacidade de motivar o outro, podendo quando muito estimulá-lo, oferecendo oportunidades que nem sempre são percebidas ou que pela nossa arrogância as interpretamos como imposição de uma autoridade que não aceitamos, pois nos julgamos autossuficientes e “donos” de nós mesmos, de nosso corpo e de nossa mente.


Então, a motivação depende de uma atitude interior e espiritual. Na alegoria da caverna de Platão, o habitante que lá vivia ao fundo da escuridão, preso a ela, somente saiu daquela condição pela sua própria motivação, o que foi despertada pelo estímulo das sombras projetadas pelas chamas da fogueira.


A luz foi projetada, fazendo com que houvesse a percepção das sombras, mas o que determinou o indivíduo a acordar foi sua motivação para o novo.


O acordar é uma condição individual que nos leva ao abandono da caverna a que estamos submetidos, pelos nossos condicionamentos, presos a uma falsa realidade.


Estímulos não faltam no dia de hoje, com todo o acesso “tecnológico ao mundo do conhecimento “sem-limites”. As pessoas e os relacionamentos são nossos estímulos. Mas até que ponto nós como habitantes desta caverna global que vivemos, estamos em condições de nos tornarmos despertos? O que estamos fazendo com as informações que recebemos? Distinguimos a realidade? Conseguimos identificar o certo e o errado? O que tem valor daquilo que é precificado? A essência e o acessório?


As informações são de tal monta e complexas, havendo muitos interesses subliminares, que há a necessidade do uso do discernimento para saber separar o real do irreal. Muito do que era errado virou certo e o certo se transformou em errado. Os valores foram corrompidos. Conceitos invertidos. A moral vilipendiada.


Esse é o maior problema humano. As pessoas não sabem para onde ir e acabam escolhendo a ação errada, ou ficam paralisadas pela inércia, pela isenção. Os erros, a inércia e a isenção nos prendem na caverna. Até quando continuaremos no interior desta caverna. Hoje essa é a , com “wi-fi”, cujos habitantes, embora conectados “on-line” e “real-time” com outras cavernas, continuam na maioria, presos e isolados em sua cabine a não enxergar outras possibilidades de vida interior.


Somos todos, de fato, pilotos de um veleiro da vida, sem outros tripulantes, desprovidos de instrumentos e às vezes enfrentando condições atmosféricas adversas, sem visibilidade, mergulhados no frio congelante das noites escuras da alma, fazendo uma viagem sem rumo.


O momento é o de despertar.

O momento é o de descobrimento.

O momento é o de sair desta caverna das ilusões.






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