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O Mundo que Sonhamos Viver - Palestra gravada

O Mundo que Sonhamos Viver

Palestra proferida em setembro de 2013 na loja liberdade com a leitura e comentários da Carta de Águas de São Pedro, produzida por ocasião do 7o Simpósio Regional do Saber Universal - Fundamentos para a sociedade do Futuro, com o título "O Mundo que Sonhamos Viver", realizado em 23 de setembro de 2012.

Carta de Águas de São Pedro
Fundamentos para a Sociedade do Futuro

O 7º Simpósio Regional do Saber Universal apresentou importantes questões relacionadas ao atual padrão equivocado de vida, onde se privilegia o consumo, a conquista, a competição, centrados no desejo de ter e estar.

Esta distorção da conduta humana tem levado à exaustão os recursos naturais do Planeta com a destruição do meio ambiente, o que coloca o nosso mundo sob real ameaça de grandes proporções.

A transformação é inevitável, sendo urgente que todos nós percebamos e compreendamos a necessidade de nos engajar no processo de mudança de valores e no resgate da importância do ser.

Nenhuma mudança externa ocorre se não for precedida de uma profunda mudança de nossas atitudes internas, sendo imperativo transformar o consumo desenfreado, em parcimonioso e auto-sustentado, a conquista individual, em coletiva e distributiva e a competição egoísta, em cooperação, respeitando-se, naturalmente, as diferenças, os valores e os anseios individuais.

Assim, após reflexão sobre os temas, manifestamos nossas convicções sobre os fundamentos necessários para a formação da Sociedade do Futuro, sendo estes princípios norteadores para o desenvolvimento da convivência solidária e fraternal entre todos os seres, sencientes ou não.

Compartilhamos a ideia de que o princípio do ser humano é divino e que a aparente e errônea noção da separatividade do ego é que impõe o seu distanciamento dos valores eternos. Na realidade o ser humano está esquecido de sua real origem, mas esta não está perdida, sendo ela que o mantém unido aos outros em fraternidade. A divindade é a imanência, estando presente em toda manifestação da vida.

Ao voltar sua vida ao Cristo Interno ou ao Princípio Búdico, pela compreensão da transitoriedade da personalidade do ego, por meio do processo de autoconhecimento e autodesenvolvimento, o ser humano estará desperto para a luz, sendo a Iluminação o destino de todos.

Entendemos que o destino da jornada é a plenitude do espírito. Embora o livre-arbítrio se constitua em escolhas da personalidade, úteis ao aprendizado do ser humano em seu caminho evolutivo, ele não tem a capacidade para anular sua trajetória, pois chegará o momento em que ele agirá conforme a sua consciência para o Superior, fazendo-o retornar ao curso natural do rio da vida que deságua no mar da unicidade.

A vida após a morte é a transitoriedade da alma entre encarnações, passando pelos estágios do astral, mental até o descanso no mundo céu, retornando em um novo ciclo de vida, até a libertação final, onde o ser humano se transforma na própria expressão da divindade.

Comungamos da compreensão de que os ciclos são necessários ao processo de evolução e que os diferentes estágios em que os seres humanos se encontram resultam nas diferenças e pelo exercício da aceitação é que nos tornamos compassivos.

Entendemos que o ser humano depende dos meios físicos que o Planeta oferece e que somente com esses elementos é possível assegurar a continuidade à expressão da evolução da vida.

Assumimos responsabilidades pela preservação ambiental e que, com a adoção da ética do amor, possamos legar o provimento das condições de vida para as gerações futuras.

A “educação da alma é a alma da educação”. Ainda que não sejamos “educadores formais”, devemos assumir o compromisso pela disseminação dos valores, tornando-nos agentes multiplicadores da busca da verdade.

Aceitamos que a adoção do vegetarianismo é importante fator para assegurar a sustentabilidade e recomendamos a prática do mesmo. Quando não for possível, pois alguns ainda dependem da carne em suas dietas, que se adote um processo de mudança gradual nos hábitos, reduzindo o consumo de carne pela abstenção ao menos um dia por semana. A prática do vegetarianismo está relacionada ao respeito da vida pelos irmãos “menores” que têm direito à vida e dependem de nossa proteção e amor.

Desta forma, declaramos a adoção destes princípios para nortear nossa conduta visando à construção do novo porvir.

“Sejamos a mudança que queremos ver no mundo”.

Águas de São Pedro, 23 de setembro de 2012

Assinado: Participantes do 7º Simpósio Regional do Saber Universal, realizado nos dias 22 e 23 de setembro de 2012 (equinócio da Primavera no Hemisfério Sul).

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